quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Abstraindo

Sério, eu sei que sou bem chatinha, mas ultimamente estou realmente me esforçando para não ser tão questionadora em relação ao stress que se vive em Luanda. Estou até bem positiva, entendendo que todos esses transtornos vividos pelas obras de cada esquina, são parte de um processo necessário, que em pouco tempo isso acaba, que eh para o bem de todos, e esses bla, bla, bla todos – é claro que eu preferia uma estratégia onde mandassem todo mundo para sei lá onde, fechavam o país, e depois de um tempo a gente voltava e encontrava tudo finalizado e a cidade linda, e inclusive com água e luz!
Mas hoje, saindo atrasada de casa (o que já não eh mais uma novidade), e depois de dar de cara com uma barata morta em cima do capô do carro (como assim, ne? Claro que isso deve ter um significado obscuro, e eu ainda vou descobrir) - Tentei não dar importância a isso, fingi naturalidade ao tirar a barata de lá, e entro no carro rumo ao trabalho… Eis que começo a perceber que o tempo que estava levando para tirar o carro da vaga (sim, eu consegui uma vaga na noite anterior), estava um pouco acima do costume, porque todos os carros na avenida estavam absolutamente parados… Eis que olho para o lado, e descubro que resolveram fechar uma avenida onde diariamente Luanda inteira passa pra ir trabalhar! Caos generalizado, buzinadas, reguladores de trânsito doidinhos, alguém bateu no meu carro (claro, porque sou eu!). A pergunta eh: a pessoa que orientou se fechar essa avenida numa manha de um dia de semana em Luanda não precisa sair pra trabalhar? Ai eu pensei: e tem gente que ainda escreve uns livros de auto-ajuda do tipo “20 dicas para eliminar o stress”! Gente! Nem tendo espírito de Dalai Lama… Mas tudo bem. Enquanto houver escrita e uma boa música, "a gente vai levando".
E assim fui levando… até uma hora e meia depois, chegar finalmente onde queria, dar três voltas no quarteirão engarrafado pra estacionar, encontrar uma vaga linda do lado do prédio, e um taxista resolver parar o carro na frente da vaga – o detalhe eh: ele não estacionou na vaga, ele impediu a entrada na vaga, e simplesmente decidiu que não ia tirar o carro, fazendo escândalo que eu tinha que me virar porque ele não podia fazer o “favor” de tirar o carro porque estava a espera de passageiros. A pergunta eh: ainda são as sequelas da guerra? Ai eu pensei de novo: é preciso saber abstrair e rir! (sim, porque existem horas nessa vida que só o bom humor - pode nos salvar...), e achei um lugar pra parar o carro (longe quase chegando na terceira esquina do inferno e onde a qualquer momento poderá ser rebocado!)

Hum… não descobri o significado da barata no capô, mas passo a entender a partir de agora que foi urucubaca!... E o dia estah só começando…

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