terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O céu a lua e o medo

Fui dormir reflectindo sobre os efeitos que a Lua cheia me causaria - Deve ser por pensar demais (sim, porque eu penso mesmo muito), e por ser ansiosa demais (sim, porque eu realmente não sei esperar) – e inventei aquela vontade de amar, de me alegrar com tudo. Sensação de bem-estar e completude. Confiança extremada, expectativas substituídas por convicções. Incertezas diluídas, conflitos camuflados. Sentimento de poder, de que nada pode me deter. Aquela vontade de ficar atrevida, sem medidas, pensando na vida…
Será que tenho mesmo que analisar todos os acontecimentos que ocorrem comigo? Não podia simplesmente ficar quietinha e curtir as sensações do momento? Não! Vou pra longe, numa viagem de pensamentos, intuições, e logo depois de alguns instantes a única coisa que tenho vontade de fazer é sair correndo, disparada, sem nem dar tempo de saber se poderia ter sido bom. Será que o pânico que se transporta está mais relacionado com a hipótese de dar errado, de se machucar, enfim. Ou será que o que se teme mesmo é a chance de dar certo, e nos sentirmos vulneráveis, frágeis, entregues. Como assim não ter domínio sob os meus passos? Como assim querer amarrar minha felicidade a vida de alguém? Como assim ser inaceitável imaginar a vida sem estar atrelada a este alguém? Medo das correntes voluntárias, de não saber mais andar sem apoio, de não dar pra acordar sem o bom dia vindo daquela voz singular. Ah, então é isso…medo de se encontrar aprisionada?! Ta explicado. E pra quem prega tanto a independência, a liberdade, a vida sem rumo certo, isso deve ser mesmo aterrorizante, não é? E entro em fuga pensando que estou me protegendo, mas na verdade estou perdendo. Perdendo a oportunidade de estar mergulhada nos abraços, existindo… curtindo os sentimentos, as sensações, as emoções, as afeições. Sem previsões, sem querer nem que amanheça. Mas que, caso amanheça e o sol não apareça, teria a certeza de que ainda que der errado, nada levaria embora os sentimentos, as sensações, as emoções suportadas na lembrança.
Amanheci preocupada com os efeitos que esse tempinho meio cinza me causaria – Deve ser por pensar demais (sim, porque eu penso mesmo muito), e por ser ansiosa demais (sim, porque eu realmente não sei esperar) – e forjei aquela vontade de chorar, de me entristecer com tudo. Sentimento de carência e incompletude. Insegurança exaltada, esperanças substituídas por desilusões. Certezas reduzidas, razões encobertas. Sensação de fraqueza, de viver na incerteza. Aquela vontade de ficar recolhida, escondida, pensando na vida…

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