segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Entre gregos e troianos, salvam-se os angolanos. By Catarina



Assistindo a banalização da injustiça, a naturalização da covardia e a legitimação do absurdo todos os dias, e dessa vez com direito a aplausos… O argumento não seria lutar, mas ao menos se indignar. Entretanto, em um cenário mundial onde se fuzila funcionários por reclamarem seus direitos trabalhistas em nome da garantia da continuidade dos negócios, talvez o melhor mesmo é ficar quieto, parado, não contestar, não tentar, não acreditar por exemplo na força do voto, e ficar em apático por não se achar capaz de influenciar nos rumos já traçados. 
Não sei se é falta de esperança ou estupidez… se conformismo ou submissão. Sei que há um momento em que a utopia se dilui e a impotência é o que resta… Não se fazem mais patriotas como antigamente, não se fazem mais eleitores como antigamente, não se fazem mais mobilizadores como antigamente, não se fazem mais Ulisses como antigamente… e dai, os gigantes vão ficando mais fortes, os entorpecentes mais potentes, as tentações mais irresistíveis e o havemos de voltar cada vez mais inatingível. 
Sinto que estou pagando o preço por me alienar… ao ponto dos valores estarem chegando ao limite… limpando a conta… esgotada… vencida. Sentindo o peso de amolar facas por não querer abrir mão da zona de conforto. Vivenciando o questionamento da passividade.
Não sei mais o que estou escrevendo… preciso voltar para o meu mundinho e retornar ao absurdo, ovacionar a covardia, e alimentar a injustiça. Acho que este foi só um jeito de desejar boa semana por aqui, depois de tanta ausência… a minha eu sei que vai ser maravilhosa, ate porque depois de um banho de caneca a luz de velas, qualquer um começa bem a semana, não?
Ah… antes que eu me esqueça, a Marginal de Luanda está inegavelmente linda!